A minha intenção
é fazer uma reflexão sobre a mudança radical na vida de uma pessoa que é
submetida a uma laringectomia total, pois tudo é
muito rápido, tanto a mudança estética, quanto a perda da voz.
Sou advogado e tenho
67 anos e sou aposentado pelo INSS. Antes da cirurgia eu estava apenas com alguns processos em
andamento, os quais foram substabelecidos para outro colega. Também trabalhava no
Cargo em Comissão de Diretor Administrativo da Secretaria de Meio Ambiente na
Prefeitura de minha Cidade “Sapucaia do Sul” de onde sai um mês antes de minha
cirurgia.
Tudo começou no
final de 2010, quando passei a ter problema de voz e ronquidão constante, logo procurei um
Otorinolaringologista e após vários exames em maio de 2011, fui submetido a uma
micro cirurgia nas cordas vogais, para retirada de um nódulo. Na ocasião o
material foi encaminhado para exame patológico e o resultado foi negativo, o que me deixou bastante aliviado. Porém, dias
após a cirurgia fiz uma revisão, quando o médico me disse que estava tudo bem, entretanto minha voz permanecia muito roca e eu sentia um incômodo ao engolir a saliva, foi quando o médico afirmou que isso passaria com o o passar dos dias, bem como a voz também voltaria ao normal, indicou-me pastilhas antisséptica e anestésica para boca e garganta.
Passado dois meses, procurei uma Fonoaudióloga que entrou em contato com o Otorrino, para saber qual a cirurgia que eu havia sido submetido. Logo passamos a fazer exercícios de voz, entretanto não sentíamos nenhum avanço, o que me deixou bastante preocupado. Então voltei a consultar com o Otorrino, pois seguidamente sentia uma ardência na garganta ao engolir a saliva, foi quando o médico solicitou uma Endoscopia Digestiva Alta.
No final do mês de fevereiro de 2012, levei o resultado do exame para o otorrino, foi quando ele me encaminhou para um cirurgião, pois o exame apresentava uma Hérnia Gástrica Hiatal de Media Dimensão, e a ardência na garganta poderia ser causada pelo refluxo.
O Cirurgião solicitou uma Esofagomanometria e uma PHmetria de 24 horas. Diante dos resultados dos exames, em abril de 2012, o Cirurgião revelou que eu deveria ser operado. Mas, antes de decidir pela cirurgia resolvi procurar o Centro de Hérnia no Hospital Mãe de Deus, onde fiz um tratamento e em junho de 2012 o médico disse que não seria necessário fazer a cirurgia. Contudo, eu ainda continuava com a voz rouca e sentindo ardência na garganta ao engolir a saliva. Falei ao médico, e este me encaminhou a uma Otorrinolaringologista que me atendeu no mesmo dia (06.06.12), a médica fez um exame não gostou do que viu e solicitou uma Tomografia Computadorizada de Crânio, uma de Tórax e uma da Região Cervical.
No dia 20 de junho, quando levei o resultado dos exames a Doutora me disse que o resultado não era bom, e o caso não era para ela, e me encaminhou para um Cabeça e Pescoço do Hospital da PUC, que me atendeu no dia 21 de junho de 2012, me dando a triste notícia de que eu teria que ser operado com urgência. Sai do consultório um pouco desorientado, não acreditando no que tinha escutado.
Chegado em casa, minha esposa me disse: “ - quem sabe, vamos procurar o Cabeça e Pescoço que atende em Esteio?” Concordei de pronto e no dia 02 de julho de 2012 estávamos no seu consultório em Esteio. O médico verificou os exames conversamos a respeito, foi quando ele solicitou que eu fosse em seu consultório em Porto Alegre, no fim da tarde do mesmo dia para novos exames.
No seu consultório em Porto Alegre, fui submetido a mais um exame que confirmou que eu deveria ser operado, e que seria feito um exame patológico de congelamento no momento da cirurgia, para saber como/qual seria o procedimento cirúrgico. Se tivesse que ser uma laringectomia total eu perderia a voz, mas poderia voltar a falar com a voz esofágica.
Quando voltei para casa fiz varias pesquisas na internet para saber o que realmente era laringectomia total e o que era voz esofágica.
Passado dois meses, procurei uma Fonoaudióloga que entrou em contato com o Otorrino, para saber qual a cirurgia que eu havia sido submetido. Logo passamos a fazer exercícios de voz, entretanto não sentíamos nenhum avanço, o que me deixou bastante preocupado. Então voltei a consultar com o Otorrino, pois seguidamente sentia uma ardência na garganta ao engolir a saliva, foi quando o médico solicitou uma Endoscopia Digestiva Alta.
No final do mês de fevereiro de 2012, levei o resultado do exame para o otorrino, foi quando ele me encaminhou para um cirurgião, pois o exame apresentava uma Hérnia Gástrica Hiatal de Media Dimensão, e a ardência na garganta poderia ser causada pelo refluxo.
O Cirurgião solicitou uma Esofagomanometria e uma PHmetria de 24 horas. Diante dos resultados dos exames, em abril de 2012, o Cirurgião revelou que eu deveria ser operado. Mas, antes de decidir pela cirurgia resolvi procurar o Centro de Hérnia no Hospital Mãe de Deus, onde fiz um tratamento e em junho de 2012 o médico disse que não seria necessário fazer a cirurgia. Contudo, eu ainda continuava com a voz rouca e sentindo ardência na garganta ao engolir a saliva. Falei ao médico, e este me encaminhou a uma Otorrinolaringologista que me atendeu no mesmo dia (06.06.12), a médica fez um exame não gostou do que viu e solicitou uma Tomografia Computadorizada de Crânio, uma de Tórax e uma da Região Cervical.
No dia 20 de junho, quando levei o resultado dos exames a Doutora me disse que o resultado não era bom, e o caso não era para ela, e me encaminhou para um Cabeça e Pescoço do Hospital da PUC, que me atendeu no dia 21 de junho de 2012, me dando a triste notícia de que eu teria que ser operado com urgência. Sai do consultório um pouco desorientado, não acreditando no que tinha escutado.
Chegado em casa, minha esposa me disse: “ - quem sabe, vamos procurar o Cabeça e Pescoço que atende em Esteio?” Concordei de pronto e no dia 02 de julho de 2012 estávamos no seu consultório em Esteio. O médico verificou os exames conversamos a respeito, foi quando ele solicitou que eu fosse em seu consultório em Porto Alegre, no fim da tarde do mesmo dia para novos exames.
No seu consultório em Porto Alegre, fui submetido a mais um exame que confirmou que eu deveria ser operado, e que seria feito um exame patológico de congelamento no momento da cirurgia, para saber como/qual seria o procedimento cirúrgico. Se tivesse que ser uma laringectomia total eu perderia a voz, mas poderia voltar a falar com a voz esofágica.
Quando voltei para casa fiz varias pesquisas na internet para saber o que realmente era laringectomia total e o que era voz esofágica.
No dia 11 de julho
de 2012 ás 6:00 horas estávamos efetuando a baixa no Hospital Santa Rita em
Porto Alegre, e ás 7:30 horas eu já estava entrando para o Bloco Cirúrgico. Lembro
que coloquei as roupas apropriadas e foi
encaminhado para à mesa cirúrgica, quando o anestesista perguntou se estava tudo
bem, também o Cirurgião falou algo que eu não lembro, pois só lembro
que acordei, não sei exatamente o horário, na sala de recuperação e estava com
uma sonda no nariz e um cateter no braço esquerdo. Lembro ainda que me passaram para
uma cama que estava ao lado, e me conduziram para o quarto.
Quando chequei ao quarto já eram 17:00 horas, neste momento minha esposa checou próximo da cama pegou minha mão e disse “Força e coragem, estou do teu lado”. A essa altura eu já estava sem voz e com uma abertura no pescoço por onde passaria a respirar, pois a entrada e saída de ar para meus pulmões passariam a ser feitos através de um orifício na região da traqueia, o chamado traqueostoma.
Quando chequei ao quarto já eram 17:00 horas, neste momento minha esposa checou próximo da cama pegou minha mão e disse “Força e coragem, estou do teu lado”. A essa altura eu já estava sem voz e com uma abertura no pescoço por onde passaria a respirar, pois a entrada e saída de ar para meus pulmões passariam a ser feitos através de um orifício na região da traqueia, o chamado traqueostoma.
Como podemos ver é
tudo muito rápido, pois no dia 20 de junho de 2012, foi constatada a gravidade
que afetava minha laringe, em apenas 21 dias, ou seja, em 11 de julho do mesmo ano, eu já estava sem voz e respirando por uma abertura no pescoço “estoma”.
Na
segunda-feira dia 16 de julho de 2012, o cirurgião orientar minha esposa sobre todos os cuidados que deveriam ser tomados em relação à minha alimentação, pois eu ainda estava me alimentando por sonda, e
também os cuidados em relação ao traqueostoma e limpeza da cânula. Nesse dia ganhei alta, e ele disse que na sexta-feira, dia 20 de julho, eu deveria estar em sua clínica para revisão.
Opinião pessoal
sobre o procedimento antes da cirurgia:
“Em
minha opinião o paciente e seu familiar mais próximo, deveriam ser bem orientados sobre o que é uma cirurgia de LARINGECTOMIA
TOTAL, antes de tomarem a decisão de fazerem a cirurgia, bem como a possibilidade de voltar a falar com voz esofágica. Deveriam ainda, principalmente, participar de uma ou duas reuniões de apoio a laringectomizados,
como as que ocorrem no Hospital Santa Rita de Porto Alegre (GALA - Grupo de
Apoio ao Laringectomizado), onde participam Fonoaudiólogas, Psicólogas,
Fisioterapeutas e estudantes destas áreas, pois só assim o impacto após o
procedimento cirúrgico não seria tão grande, para não dizer aterrorizante.
Como tudo me ocorreu em um curto espaço de tempo (21 dias) do dia em que fiquei
sabendo da gravidade do meu caso até o dia em que acordei sem voz e respirando
por um orifício na região da traqueia, o chamado traqueostoma,
Os
Cirurgiões de Cabeça e Pescoço deveriam ter consciência da importância de recomendar aos
pacientes que realmente precisem de uma cirurgia de LARINGECTOMIA TOTAL, que devem participar de uma ou duas reunião de um Grupo de Apoio ao
Laringectomizado, pois só assim o impacto não será tão violento.
Tenho quase a certeza que os cirurgiões vão dizer que em muitos casos, só após o exame patológico de congelamento no momento da cirurgia, como foi o meu caso, poderá saber se o procedimento será ou não total, mas se não for necessário um procedimento mais radical, melhor. Pois neste caso tanto o paciente como seu familiar não ficarão irritado em terem participado das reuniões.”
Tenho quase a certeza que os cirurgiões vão dizer que em muitos casos, só após o exame patológico de congelamento no momento da cirurgia, como foi o meu caso, poderá saber se o procedimento será ou não total, mas se não for necessário um procedimento mais radical, melhor. Pois neste caso tanto o paciente como seu familiar não ficarão irritado em terem participado das reuniões.”
Osório José
Amandio